O ROSTO DA IMPUNIDADEQue país é este?
País em que a justiça é tolerante aos que possuem graduações e muito dinheiro para pagá-la?
Qual o valor da nossa integridade?
Certamente este jovem criminoso continua a viver sua vida normalmente, gastando fortunas em suas diversões, como se nada houvesse acontecido.
O que de fato aconteceu foi a dor e o descaso com a família que perdeu seu filho assassinado a tiros em “legítima defesa” segundo Thales “o jovem criminoso”.
Eis, pois minha indignação! Vivemos neste país onde não temos guerras, destruições e nem terremotos. Isso é bom! Graças a Deus! Mas e as leis? E quem as dita?
“Sou criminoso, estou em sela especial, continuo a receber meu salário altíssimo, como se estivesse trabalhando, pois tenho diploma superior, falo muito bem e sou rico”. É normal este tipo de fato não é? Pois bem, ao meu ver, criminoso é criminoso, não se existe “divisões de classes sociais”, como vemos em muitas detenções.
Matou? Roubou? Seqüestrou? Pague por seus crimes meu filho! Você é um Criminoso! Assim deveria ser a justiça do Brasil!
Eu não possuo um dicionário nem muito menos um livro de “bons modos” embaixo de meus braços, eis que os aprendo em meu dia-dia, mas se fecho meus olhos e tapo meus ouvidos a impunidade deste país por medo, como lutarei por um país mais digno e honesto?
"Muitos dirão: “É inútil todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito. Imortal!
Sei que não da pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final!"
Crítica feita através de uma matéria publicada na revista ÉPOCA Matéria 01/09/2007 Edição nº 485
Por: Ruth Aquino (Redatora-chefe da ÉPOCA)
O ROSTO DA IMPUNIDADE
Thales Ferri Shoedl é promotor, formou-se em Direito na Universidade Mackenzie e entrou para o Ministério Público Estadual num concurso em 2002. Thales também é acusado de assassinato.
Em dezembro de 2004, num lual na Praia de Riviera de São Lourenço, em Bertioga, litoral paulista, Thales sacou sua pistola, matou um jogador de basquete de 20 anos, Diego Modanez Mendes, e feriu o estudante Felipe Siqueira Cunha de Souza. Disparou 12 tiros. Sete atingiram os rapazes. Thales foi preso em flagrante. Alegou legítima defesa. Disse que as vítimas tinham mexido com sua namorada.
Depois do crime, Thales foi denunciado por homicídio qualificado e a previsão era que iria a júri popular. Ficou preso por 49 dias. Foi suspenso, mas continuou a receber R$ 5.800,00 mensais, sem fazer nada.
Ao jovem e impulsivo promotor, foi devolvida sua vida, intacta. O cargo, o salário total, o foro especial. Não irá mais a júri popular. Será julgado pelo Tribunal de Justiça. Os advogados de Thales tinham pedido ao Ministério Público que ignorasse a pressão do “sensacionalismo da imprensa”. Thales, por sua vez trabalhará em Jales no interior de SP, e poderá até mesmo atuar na área criminal.
O pai do rapaz morto, Fábio Modanez, ficou desesperado: “Estão colocando a arma de volta na mão dele para tirar a vida de outros filhos. É um absurdo”. A mãe, Sônia, se indignou, aos prantos: “Legítima defesa com 12 tiros? Isso não existe. Pena que não vim com nariz de palhaço”. Eles não esperam mais nada do julgamento. Perderam a confiança na Justiça brasileira e tem a certeza de que o Brasil é o país da impunidade.